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Seja o conjunto de todos os vetores no espaço tridimensional. Conforme discutido na Seção 2.2, se , e são l.i., então qualquer vetor pode ser escrito como uma combinação linear destes vetores, i.e. existem escalares , e tal que
| (2.49) | 
Isso motiva a seguinte definição: uma base de é uma sequência de três vetores l.i. de .
A seguinte proposição vai nos fornecer a noção de coordenadas no espaço.
Seja uma base de . Então, dado qualquer , existe uma única tripla de escalares tais que
| (2.50) | 
A existência dos escalares , e segue imediatamente do fato de que , e são l.i. e, portanto, pode ser escrito como uma combinação linear destes vetores (Consulte a Subseção 2.2.3).
 
Desta última proposição, fixada uma base , cada vetor é representado de forma única como combinação linear dos vetores da base, digamos
| (2.54) | 
onde a sequência de escalares é chamada de coordenadas do vetor na base e escrevemos
| (2.55) | 
para expressar o vetor nas suas coordenadas na base . Consulte a Figura 2.7.
Fixada uma base , o vetor de coordenadas
| (2.56) | 
é o vetor
| (2.57) | 
Na Seção 1.2, definimos as operações de adição, subtração e multiplicação por escalar do ponto de vista geométrico. Aqui, estudamos como estas operações são definidas a partir das coordenadas de vetores.
A partir daqui, assumimos dada uma base de vetores .
Dados vetores e , i.e.
| (2.58) | ||||
| (2.59) | 
a adição de com é a soma
| (2.60) | ||||
| (2.61) | 
Ou seja,
| (2.62) | 
A adição do vetor
| (2.63) | 
com o vetor
| (2.64) | 
resulta no vetor
| (2.65) | ||||
| (2.66) | 
O vetor oposto ao vetor é
| (2.67) | ||||
| (2.68) | 
ou seja,
| (2.69) | 
Dado o vetor , temos
| (2.70) | 
Lembrando que subtração de com é definida por
| (2.71) | 
temos que
| (2.72) | ||||
| (2.73) | ||||
| (2.74) | ||||
| (2.75) | 
Em resumo, a subtração de com é o vetor
| (2.76) | 
Sejam os vetores
| (2.77) | 
e
| (2.78) | 
temos que
| (2.79) | ||||
| (2.80) | 
Dado um escalar e um vetor , temos a multiplicação por escalar
| (2.81) | ||||
| (2.82) | 
ou seja,
| (2.83) | 
Dado o vetor , temos
| (2.84) | ||||
| (2.85) | ||||
| (2.86) | 
Vamos estudar como podemos analisar a dependência linear de vetores a partir de suas coordenadas. Assumimos fixada uma base .
Na Proposição 2.2.1, provamos que dois vetores , são linearmente dependentes (l.d.) se, e somente se, um for múltiplo do outro, i.e. existe um número real tal que
| (2.87) | 
sem perda de generalidade99endnote: 9Formalmente, pode ocorrer .. Em coordenadas, temos
| (2.88) | ||||
| (2.89) | 
donde
| (2.90) | ||||
| (2.91) | ||||
| (2.92) | 
Concluímos que dois vetores são l.d. se, e somente se, as coordenadas de um deles forem, respectivamente, múltiplas (de mesmo fator) das coordenadas do outro.
Estudamos os seguintes casos:
Dois vetores l.d..
Sejam
| (2.93) | 
e
| (2.94) | 
Ao buscarmos por um escalar tal que
| (2.95) | 
temos
| (2.96) | ||||
| (2.97) | 
donde segue que
| (2.98) | ||||
| (2.99) | ||||
| (2.100) | 
Concluímos que , logo e são l.d..
Dois vetores l.i..
Sejam, agora, os vetores
| (2.101) | 
e
| (2.102) | 
Buscando por tal que
| (2.103) | 
chegamos no sistema de equações
| (2.104) | 
que não tem solução. De fato, na primeira equação , mas na segunda , logo não existe tal que . Concluímos que e são l.i..
Na Subseção 2.2.2, estudamos que três vetores , e são linearmente independentes (l.i.), quando
| (2.105) | ||||
Assumimos fixada uma base no espaço. Então, temos que
| (2.106) | 
é equivalente a
| (2.107) | 
ou, ainda,
| (2.108) | 
Esta, por sua vez, nos leva ao seguinte sistema linear
| (2.109) | 
Agora, lembremos que um tal sistema tem solução única1010endnote: 10Neste caso, a solução trivial se, e somente se, o determinante de sua matriz dos coeficientes é não nulo, i.e.
| (2.110) | 
Neste caso, concluímos que é um conjunto de vetores l.i. e, noutro caso, é l.d..
Os vetores
| (2.111) | 
formam um conjunto l.d., pois
| (2.112) | ||||
| (2.113) | ||||
| (2.114) | 
Uma base é dita ser ortonormal1111endnote: 11Quando ortogonal a , denotamos ., quando
, e são dois a dois ortogonais, e
.
 
(Pitágoras1212endnote: 12Pitágoras de Samos, c.570, c. 495 a.C., matemático grego jônico. Fonte: Wikipédia:Pitágoras..) Se , então
| (2.115) | 
Consulte o E.2.3.7. ∎
Seja uma base ortonormal e . Então,
| (2.116) | 
Temos . Seja um plano determinado por dadas representações de e . Como , e são ortogonais, temos que é ortogonal ao plano . Além disso, o vetor também admite uma representação em , logo é ortogonal a . Do Lema 12, temos
| (2.117) | 
Analogamente, como , temos
| (2.118) | ||||
| (2.119) | ||||
| (2.120) | 
Extraindo a raiz quadrada de ambos os lados da última equação, obtemos o resultado desejado. ∎
A partir daqui, salvo dito o contrário, vamos assumir fixada uma base ortonormal e, por simplicidade, escrevemos
| (2.121) | ||||
| (2.122) | 
A norma de é
| (2.123) | ||||
| (2.124) | 
Considere a base ortonormal conforme dada na Figura 2.8. Faça uma representação do vetor
| (2.125) | 
Primeiramente, observamos que
| (2.126) | ||||
| (2.127) | 
Assim sendo, podemos construir uma representação de como dada na figura abaixo. Primeiramente, representamos os vetores e (cinza). Então, representamos o vetor (cinza). Por fim, temos a representação de (vermelho).
![[Uncaptioned image]](cap_base/dados/fig_exeresol_base/fig.jpg) 
Fixada uma base qualquer e dados e , encontre o vetor que satisfaça
| (2.128) | 
Primeiramente, podemos manipular a equação de forma a isolarmos como segue
| (2.129) | |||
| (2.130) | |||
| (2.131) | |||
| (2.132) | 
Agora, sabendo que e , temos
| (2.133) | |||
| (2.134) | |||
| (2.135) | |||
| (2.136) | 
Fixada uma base qualquer, verifique se os vetores , e também formam um base para o espaço de vetores.
Uma base para o espaço tridimensional é uma sequência de três vetores l.i.. Logo, para resolver a questão, basta verificar se é l.i.. Com base na Subseção 2.3.2, basta calcularmos o determinante da matriz cujas colunas são formadas pelas coordenadas dos vetores da sequência, i.e.
| (2.137) | |||
| (2.138) | |||
| (2.139) | |||
| (2.140) | 
Como este determinante é nulo, concluímos que é l.d. e, portanto, não forma uma base para .
Considere a base conforme dada na Figura 2.8. Faça um esboço do vetor .
Fixada uma base e sabendo que , escreva como combinação linear de , e .
Fixada uma base qualquer e , e , calcule:
a) ; b) ; c) ; d)
Faxada uma base qualquer, verifique se os seguintes conjuntos de vetores são l.i. ou l.d..
,
,
,
,
,
,
a) l.i.; b) l.i.; c) l.d.; d) l.i.; e) l.i.; f) l.d.
Faxada uma base qualquer, verifique se os seguintes conjuntos de vetores são l.i. ou l.d..
, ,
, ,
, ,
a) l.i.; b) l.i.; c) l.d.
Seja uma base ortogonal, i.e. , e são l.i. e dois a dois ortogonais. Mostre que é uma base ortonormal.
Segue imediatamente do fato de que para qualquer vetor .
Demostre o Lema 12.
![[Uncaptioned image]](cap_base/dados/fig_pitagoras/fig.jpg) 
Sejam as representações , e, portanto, . Como , temos que o triângulo é retângulo e, pelo Teorema de Pitágoras, segue que . Logo, .
Aproveito para agradecer a todas/os que de forma assídua ou esporádica contribuem enviando correções, sugestões e críticas!

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