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4.8 Integrais Impróprias

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A integral

abf(x)𝑑x (4.633)

é chamada de integral imprópria quando a,b± ou f tem uma descontinuidade infinita no intervalo [a,b]. Quando a integral existe, dizemos que ela é convergente.

Exemplo 4.8.1.

Estudemos os seguintes casos:

  1. a)

    21x2𝑑x É uma integral imprópria, pois o intervalo de integração [2,) é infinito.

  2. b)

    1ex𝑑x É uma integral imprópria, pois o intervalo de integração (,1] é infinito.

  3. c)

    111x+1𝑑x É uma integral imprópria, pois o integrando 1/(x+1) tem uma assíntota vertical no extremo esquerdo do intervalo de integração.

  4. d)

    02x1x21𝑑x Não é uma integral imprópria, pois o integrando é contínuo por partes no intervalo [0,2].

  5. e)

    22x1x21𝑑x É uma integral imprópria, pois o integrando tem uma descontinuidade infinita em x=1.

4.8.1 Limites de integração infinitos

No caso de integrais impróprias da forma

af(x)𝑑x (4.634)

calculamos

af(x)𝑑x=limbabf(x)𝑑x. (4.635)
Exemplo 4.8.2.

Vamos calcular

11x2𝑑x (4.636)

Temos

11x2𝑑x =limb1b1x2𝑑x (4.637)
=limb[1x]1b (4.638)
=limb[1b0+11] (4.639)
=1 (4.640)

Analogamente, calculamos

bf(x)𝑑x=limaabf(x)𝑑x. (4.641)
Exemplo 4.8.3.

Vamos calcular

2ex𝑑x. (4.642)

Temos

2ex𝑑x =limaa2ex𝑑x (4.643)
=lima[ex]a2 (4.644)
=limae2ea0 (4.645)
=e2 (4.646)

No caso de integrais impróprias da forma

f(x)𝑑x (4.647)

escolhemos um c qualquer e calculamos

f(x)𝑑x=cf(x)𝑑x+cf(x)𝑑x (4.648)

Dizemos que a integral é divergente no caso de ao menos uma das integrais à direita ser divergente.

Exemplo 4.8.4.

Vamos calcular

2dx1+4x2 (4.649)

Escolhendo c=0, temos

2dx1+4x2 =02dx1+4x2+02dx1+4x2 (4.650)
=limaa02dx1+4x2+limb0b2dx1+4x2 (4.651)
=lima[arctg(2x)]a0+limb[arctg(2x)]0b (4.652)
=lima[arctg(0)arctg(a)π4]a0 (4.653)
+limb[arctg(b)π4arctg(0)]0b (4.654)
=π4+π4=π2 (4.655)

4.8.2 Integrandos com descontinuidade infinita

No caso de integrais impróprias em que o integrando tem descontinuidade infinita no limite de integração inferior, calculamos

abf(x)𝑑x=limca+cbf(x),dx. (4.656)

Se a descontinuidade for no limite superior, então calculamos

abf(x)𝑑x=limcbacf(x),dx. (4.657)
Exemplo 4.8.5.

Vamos calcular

122x2(x1)2𝑑x (4.658)

Temos

12dx(x1)2𝑑x =limc1+c2dx(x1)2 (4.659)
=limc1+x=c2duu2 (4.660)

onde, usamos a substituição u=x1 e du=dx. Segue que,

12dx(x1)2𝑑x =limc1+[u1]x=c2 (4.661)
=limc1+[1x1]c2 (4.662)
=limc1+[1+1c10+] (4.663)
= (4.664)

No caso do integrando ter descontinuidade infinita em um ponto interno do limite de integração, calculamos

abf(x)𝑑x=acf(x)𝑑x+cbf(x)𝑑x, (4.665)

onde, x=c é o ponto de descontinuidade de f.

Exemplo 4.8.6.

Vamos calcular

03dxx2 (4.666)

Fazemos

03dxx2 =02dxx2+23dxx2 (4.667)
=limc20cdxx2+limc2+c3dxx2 (4.668)
=limc2[ln|x2|]0c+limx2+[ln|x2|]c3 (4.669)
=limc2[ln|c2|+ln|2|]0c+limx2+[ln|1|ln|c2|]c3 (4.670)
=+ (4.671)

no que concluímos que a integral é divergente.

4.8.3 Exercícios resolvidos

ER 4.8.1.

Para quais valores de p a integral

1dxxp (4.672)

é convergente.

Solução.

Por definição

1dxxp=limb1bdxxp (4.673)

Para p=1, temos

1dxx =limb1bdxx (4.674)
=limb[ln|x|]1b (4.675)
=limb[ln|b|ln|1|] (4.676)
= (4.677)

Ou seja, para p=1 a integral é divergente. Agora, para p1, temos

1dxxp =limb1bdxxp (4.678)
=limb[x1p1p]1b (4.679)
=limb[b1p1p11p] (4.680)

Para p<1, temos que b1p quando b. Agora, para p>1, temos que b1p0 quando b. Logo, concluímos que a integral é convergente para p>1 e

1dxxp=1p1,p>1. (4.681)
ER 4.8.2.

Calcule

1dx(x1)2 (4.682)
Solução.

Notamos que, além do limite de integração infinito, o integrando tem uma descontinuidade infinita em x=1. Logo, calculamos

1dxx1 =limb1bdx(x1)2 (4.683)
=limb[lima1+abdx(x1)2] (4.684)
=limb[lima1+[11x]ab] (4.685)
=limblima1+(11b011a) (4.686)
=+ (4.687)

4.8.4 Exercícios

E. 4.8.1.

Calcule

  1. a)

    1dxx3

  2. b)

    12dxx3

Resposta.

a) 12; b) 2

E. 4.8.2.

Calcule

  1. a)

    xdxx2+1

  2. b)

    ex1+e2x𝑑x

Resposta.

a) ; b) π2

E. 4.8.3.

Calcule

  1. 1.

    01dxx2

  2. 2.

    12dxx2𝑑x

Resposta.

a) ; b)

E. 4.8.4.

Calcule

22dxx2 (4.688)
Resposta.

E. 4.8.5.

Calcule

dxx3 (4.689)
Resposta.

divergente


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