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Cálculo I

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2.4 Limites no infinito

Limites no infinito descrevem a tendência de uma dada função f(x) quando x ou x. Dizemos que o limite de f(x) é L quando x tende a , se os valores de f(x) são arbitrariamente próximos de L para todos os valores de x suficientemente pequenos (consultemos a Figura 2.11). Neste caso, escrevemos

limxf(x)=L. (2.151)
Refer to caption
Figura 2.11: Limite de uma função y=f(x) quando x.

Analogamente, dizemos que o limite de f(x) é L quando x tende , se os valores de f(x) são arbitrariamente próximos de L para todos os valores de x suficientemente grandes (consultemos a Figura 2.12). Neste caso, escrevemos

limxf(x)=L. (2.152)
Refer to caption
Figura 2.12: Limite de uma função y=f(x) quando x.
Exemplo 2.4.1.(Hipérbole)

Vamos inferir os limites de f(x)=1/x para x e x. A Figura Figura 2.13 é um esboço do gráfico desta função.

Refer to caption
Figura 2.13: Gráfico de f(x)=1/x.

Observamos que quanto menores os valores de x, mais próximos de 0 são os valores de f(x)=1/x. Daí, inferimos que

limx1x=0. (2.153)

Também, quanto maiores os valores de x, mais próximos de 0 são os valores de f(x)=1/x. Com isso, podemos concluir que

limx1x=0. (2.154)
Código 22: Python
1from sympy import Symbol, limit, oo
2x = Symbol("x")
3limit(1/x, x, -oo)
0
Código 23: Python
1limit(1/x, x, oo)
0
Observação 2.4.1.(Regras para o cálculo de limites no infinito)

Supondo que L, M e k são números reais e

limx±f(x)=L (2.155)

e

limx±g(x)=M. (2.156)

Então, temos as seguintes regras para limites no infinito:

  • Multiplicação por escalar

    limx±kf(x)=kL (2.157)
  • Soma/diferença

    limx±(f(x)±g(x))=L±M (2.158)
  • Produto

    limx±f(x)g(x)=LM (2.159)
  • Quociente

    limx±f(x)g(x)=LM,M0. (2.160)
  • Potenciação

    limx±(f(x))k=Lk, se Lk. (2.161)
Exemplo 2.4.2.
limx1x2+1 (2.162)
=limx1x2+limx1 (2.163)
=(limx1x)2+1 (2.164)
=02+1=1. (2.165)
Exemplo 2.4.3.(Funções racionais)

Consideramos o seguinte caso

limxx32x+123x3. (2.166)

Observamos que não podemos usar a regra do quociente diretamente, pois, por exemplo, não existe o limite do numerador. A alternativa é multiplicar e dividir por 1/x3 (grau dominante), obtendo

limxx32x+123x3 (2.167)
=limxx32x+123x31x31x3 (2.168)
=limxx3x32xx3+1x32x33x3x3 (2.169)
=limx12x2+1x32x33 (2.170)

Então, aplicando as regras do quociente, da soma/subtração e da multiplicação por escalar, temos

limxx32x+123x3 (2.171)
=limx12x20+1x302x303 (2.172)
=13. (2.173)
Proposição 2.4.1.(Limite no infinito de funções racionais)

Dados dois polinômios

p(x)=anxn+an1xn1++a0 (2.174)
q(x)=bmxm+bm1xm1++b0, (2.175)

com an,bm0, temos

limx±p(x)q(x)=limx±anxnbmxm. (2.176)
Demonstração.

Consulte o Exercício 2.4.8. ∎

Exemplo 2.4.4.

Usando a Proposição 2.4.1 no Exemplo 2.4.3, temos

limxx32x+123x3 (2.177)
=limxx33x3 (2.178)
=13. (2.179)

A ideia utilizada no Exemplo 2.4.3, também pode ser útil em limites no infinito de quocientes envolvendo raiz.

Exemplo 2.4.5.(Quociente envolvendo raiz)

Vamos calcular

limxx2xx+1. (2.180)

A ideia é multiplicar em cima e em baixo por 1/x2. Seguimos

limxx2xx+11x21x2 (2.181)
=limxx2xx2x+1x2 (2.182)
=limx11xx+1|x| (2.183)
=limx11xx+1x (2.184)
=limx11x01+1x0 (2.185)
=11=1 (2.186)

2.4.1 Assíntotas horizontais

A reta y=L é dita assíntota horizontal ao gráfico da função y=f(x) se

limxf(x)=L (2.187)

ou

limxf(x)=L. (2.188)
Exemplo 2.4.6.

No Exemplo 2.4.3, vimos que

limxx32x+123x3=13. (2.189)

Logo, temos que y=1/3 é uma assíntota horizontal do gráfico da função

f(x)=x32x+123x3. (2.190)

Consultemos a Figura 2.14 para seu gráfico.

Refer to caption
Figura 2.14: Gráfico da função f(x)=x32x+123x3.

Também, temos

limxx32x+123x3 (2.191)
=limxx33x3 (2.192)
=13. (2.193)

O que reforça que y=1/3 é uma assíntota horizontal desta função.

Exemplo 2.4.7.(Função exponencial natural)
limxex=0, (2.194)

donde temos que y=0 é uma assíntota horizontal da função exponencial natural. Consultemos a Figura 2.15 para o gráfico de y=ex.

Refer to caption
Figura 2.15: Gráfico de f(x)=ex.
Exemplo 2.4.8.(Função logística)

Na ecologia, a função logística22endnote: 2Consultemos mais sobre a função logística em Wikipédia: Função logística.

P(t)=K1+(KP0P0ert) (2.195)

é um modelo de crescimento populacional de espécies, sendo P(t) o número de indivíduos da população no tempo t. O parâmetro P0 é o número de indíviduos na população no tempo inicial t=0, r>0 é a proporção de novos indivíduos na população devido a reprodução e K é o limite de saturação do crescimento populacional (devido aos recursos escassos como alimentos, território e tratamento a doenças). Observamos que

limtP(t)=limtK1+(KP0P0ert0) (2.196)
=K (2.197)

Ou seja, P(t)=K é uma assíntota horizontal ao gráfico de P=P(t) e é o limite de saturação do crescimento populacional. Na Figura 2.16, temos o gráfico da função logística para t0.

Refer to caption
Figura 2.16: Gráfico da função logistica.

2.4.2 Limite no infinito de função periódica

Uma função f é periódica quando existe um número T tal que

f(x)=f(x+T), (2.198)

para todo x no domínio de f. O número T é chamado de período da função. As funções trigonométricas são exemplos de funções periódicas.

À exceção de funções constantes, o limite no infinito de funções periódicas não existe. De fato, se f não é constante, então existem números x1x2 tal que y1=f(x1)f(x2)=y2. Se f é uma função é periódica com período T, temos f(x1+kT)=y1 e f(x2+kT)=y2 para todo número inteiro k. Desta forma, não existe número L que possamos tomar f(x) arbitrariamente próxima, para todos os valores de x suficientemente grandes (ou pequenos).

Exemplo 2.4.9.(Limite no infinito da função seno)

A função seno é periódica com período 2π, pois

sen(x+2kπ)=sen(x)cos(2kπ)+cos(x)sen(2kπ) (2.199)
=sen(x)1+cos(x)0 (2.200)
=sen(x). (2.201)

Observemos que não existe

limxsen(x), (2.202)

pois os valores de senx oscilam periodicamente no intervalo [1,1]. A Figura 2.17 mostra o gráfico de y=sen(x).

Refer to caption
Figura 2.17: Gráfico de f(x)=senx.
1from sympy import Symbol, limit, oo, sin
2x = Symbol("x")
3limit(sin(x), x, oo)
AccumBounds(-1, 1)

2.4.3 Exercícios resolvidos

ER 2.4.1.

Calcule

limx1x1+1. (2.203)
Solução 0.

Utilizando a regra da soma para limites no infinito, temos

limx1x1+1=limx1x1+limx11 (2.204)
=limx(1x1)+1, (2.205)

observando que limx1/(x1) existe. De fato, o gráfico de g(x)=1/(x1) é uma translação de uma unidade à esquerda da função f(x)=1/x. Uma translação horizontal finita não altera o comportamento da função para x. Portanto, como f(x)=1/x quando x, temos que g(x)=f(x1)=1/(x1) quando x, i.e.

limx1x1=0. (2.206)

Portanto, concluímos que

limx1x1+1=1. (2.207)
Código 24: Python
1from sympy import Symbol, limit, oo
2x = Symbol("x")
3limit(1/(x-1)+1, x, oo)
1
ER 2.4.2.

Determine a(s) assíntota(s) horizontal(ais) do gráfico da função

f(x)=3x+4x410x3x2+2x4x. (2.208)
Solução 0.

Uma reta y=L é assíntota horizontal do gráfico de f, quando

limx±f(x)=L. (2.209)

Começamos com x, temos

limxf(x)=limx3x+4x410x3x2+2x4x (2.210)
=limx4x42x4=2. (2.211)

Logo, y=2 é assíntota horizontal ao gráfico de f(x).

Agora, vamos ver a tendência da função para x, temos

limxf(x)=limx3x+4x410x3x2+2x4x (2.212)
=42=2. (2.213)

Portanto, concluímos que y=2 é a única assíntota horizontal ao gráfico da função f.

1from sympy import Symbol, limit, oo, plot
2x = Symbol("x")
3f = lambda x: (3-x+4*x**4-10*x**3)/(x**2+2*x**4-x)
4L = limit(f(x), x, oo)
5p = plot(f(x), (x, -15, 15), ylim = [-4, 6],\
6 line_color = "blue", show = False)
7q = plot(L, (x, -15, 15), line_color = "red", show = False)
8p.extend(q)
9p.show()
ER 2.4.3.

Calcule

limxx2xx+1. (2.214)
Solução 0.
limxx2xx+1 (2.215)
=limxx2xx+11x21x2 (2.216)
=limxx2xx2x+1|x| (2.217)
=limx11xx+1x (2.218)
=limx11x011x0=1. (2.219)
ER 2.4.4.

Calcule

limxex. (2.220)
Solução 0.

Observamos que o gráfico de f(x)=ex é uma reflexão em torno do eixo y do gráfico da função g(x)=ex. No Exemplo 2.4.7, vimos que

limxg(x)=limxex=0, (2.221)

logo

limxex=limxg(x) (2.222)
=limxg(x)=0. (2.223)

Veja o esboço do gráfico de f(x)=ex na Figura 2.18.

Refer to caption
Figura 2.18: Gráfico de f(x)=ex.
1from sympy import Symbol, limit, oo, exp
2x = Symbol("x")
3limit(exp(-x), x, oo)
0

2.4.4 Exercícios

E. 2.4.1.

Calcule

  1. a)

    limx10x

  2. b)

    limx10x1

  3. c)

    limx10x2

  4. d)

    limx1x2

  5. e)

    limx2(x+1)1

a) 0; b) 0; c) 0; d) 0; e) 2;

E. 2.4.2.

Calcule

  1. a)

    limxx12

  2. b)

    limx1(x+1)3

  3. c)

    limxxs,s>0

a) 0; b) 0; c) 0

E. 2.4.3.

Calcule

  1. a)

    limx2x

  2. b)

    limx(12)x+1

  3. c)

    limx23x+2

a) 0; b) 1; c) 2;

E. 2.4.4.

Calcule

  1. a)

    limxex+1

  2. b)

    limx3+ex

  3. c)

    limx2ex1

  4. d)

    limxeex

a) 1; b) 3; c) 1; d) e

E. 2.4.5.

Calcule

  1. a)

    limx1+x22x

  2. b)

    limx1+x22x

a) 12; b) 12

E. 2.4.6.

Calcule

limxcosx. (2.224)

não existe.

E. 2.4.7.

Calcule:

  1. a)

    limx1+ex.

  2. b)

    limx12xx+3ex1.

a) 1; b) 3

E. 2.4.8.

Dados dois polinômios p(x)=anxn+an1xn1++a0 e q(x)=bmxm+bm1xm1++b0, mostre que

limx±p(x)q(x)=limx±anxnbmxm. (2.225)

Dica: use as regras para o cálculo de limites.


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2.4 Limites no infinito

Limites no infinito descrevem a tendência de uma dada função f(x) quando x ou x. Dizemos que o limite de f(x) é L quando x tende a , se os valores de f(x) são arbitrariamente próximos de L para todos os valores de x suficientemente pequenos (consultemos a Figura 2.11). Neste caso, escrevemos

limxf(x)=L. (2.151)
Refer to caption
Figura 2.11: Limite de uma função y=f(x) quando x.

Analogamente, dizemos que o limite de f(x) é L quando x tende , se os valores de f(x) são arbitrariamente próximos de L para todos os valores de x suficientemente grandes (consultemos a Figura 2.12). Neste caso, escrevemos

limxf(x)=L. (2.152)
Refer to caption
Figura 2.12: Limite de uma função y=f(x) quando x.
Exemplo 2.4.1.(Hipérbole)

Vamos inferir os limites de f(x)=1/x para x e x. A Figura Figura 2.13 é um esboço do gráfico desta função.

Refer to caption
Figura 2.13: Gráfico de f(x)=1/x.

Observamos que quanto menores os valores de x, mais próximos de 0 são os valores de f(x)=1/x. Daí, inferimos que

limx1x=0. (2.153)

Também, quanto maiores os valores de x, mais próximos de 0 são os valores de f(x)=1/x. Com isso, podemos concluir que

limx1x=0. (2.154)
Código 22: Python
1from sympy import Symbol, limit, oo
2x = Symbol("x")
3limit(1/x, x, -oo)
0
Código 23: Python
1limit(1/x, x, oo)
0
Observação 2.4.1.(Regras para o cálculo de limites no infinito)

Supondo que L, M e k são números reais e

limx±f(x)=L (2.155)

e

limx±g(x)=M. (2.156)

Então, temos as seguintes regras para limites no infinito:

  • Multiplicação por escalar

    limx±kf(x)=kL (2.157)
  • Soma/diferença

    limx±(f(x)±g(x))=L±M (2.158)
  • Produto

    limx±f(x)g(x)=LM (2.159)
  • Quociente

    limx±f(x)g(x)=LM,M0. (2.160)
  • Potenciação

    limx±(f(x))k=Lk, se Lk. (2.161)
Exemplo 2.4.2.
limx1x2+1 (2.162)
=limx1x2+limx1 (2.163)
=(limx1x)2+1 (2.164)
=02+1=1. (2.165)
Exemplo 2.4.3.(Funções racionais)

Consideramos o seguinte caso

limxx32x+123x3. (2.166)

Observamos que não podemos usar a regra do quociente diretamente, pois, por exemplo, não existe o limite do numerador. A alternativa é multiplicar e dividir por 1/x3 (grau dominante), obtendo

limxx32x+123x3 (2.167)
=limxx32x+123x31x31x3 (2.168)
=limxx3x32xx3+1x32x33x3x3 (2.169)
=limx12x2+1x32x33 (2.170)

Então, aplicando as regras do quociente, da soma/subtração e da multiplicação por escalar, temos

limxx32x+123x3 (2.171)
=limx12x20+1x302x303 (2.172)
=13. (2.173)
Proposição 2.4.1.(Limite no infinito de funções racionais)

Dados dois polinômios

p(x)=anxn+an1xn1++a0 (2.174)
q(x)=bmxm+bm1xm1++b0, (2.175)

com an,bm0, temos

limx±p(x)q(x)=limx±anxnbmxm. (2.176)
Demonstração.

Consulte o Exercício 2.4.8. ∎

Exemplo 2.4.4.

Usando a Proposição 2.4.1 no Exemplo 2.4.3, temos

limxx32x+123x3 (2.177)
=limxx33x3 (2.178)
=13. (2.179)

A ideia utilizada no Exemplo 2.4.3, também pode ser útil em limites no infinito de quocientes envolvendo raiz.

Exemplo 2.4.5.(Quociente envolvendo raiz)

Vamos calcular

limxx2xx+1. (2.180)

A ideia é multiplicar em cima e em baixo por 1/x2. Seguimos

limxx2xx+11x21x2 (2.181)
=limxx2xx2x+1x2 (2.182)
=limx11xx+1|x| (2.183)
=limx11xx+1x (2.184)
=limx11x01+1x0 (2.185)
=11=1 (2.186)

2.4.1 Assíntotas horizontais

A reta y=L é dita assíntota horizontal ao gráfico da função y=f(x) se

limxf(x)=L (2.187)

ou

limxf(x)=L. (2.188)
Exemplo 2.4.6.

No Exemplo 2.4.3, vimos que

limxx32x+123x3=13. (2.189)

Logo, temos que y=1/3 é uma assíntota horizontal do gráfico da função

f(x)=x32x+123x3. (2.190)

Consultemos a Figura 2.14 para seu gráfico.

Refer to caption
Figura 2.14: Gráfico da função f(x)=x32x+123x3.

Também, temos

limxx32x+123x3 (2.191)
=limxx33x3 (2.192)
=13. (2.193)

O que reforça que y=1/3 é uma assíntota horizontal desta função.

Exemplo 2.4.7.(Função exponencial natural)
limxex=0, (2.194)

donde temos que y=0 é uma assíntota horizontal da função exponencial natural. Consultemos a Figura 2.15 para o gráfico de y=ex.

Refer to caption
Figura 2.15: Gráfico de f(x)=ex.
Exemplo 2.4.8.(Função logística)

Na ecologia, a função logística22endnote: 2Consultemos mais sobre a função logística em Wikipédia: Função logística.

P(t)=K1+(KP0P0ert) (2.195)

é um modelo de crescimento populacional de espécies, sendo P(t) o número de indivíduos da população no tempo t. O parâmetro P0 é o número de indíviduos na população no tempo inicial t=0, r>0 é a proporção de novos indivíduos na população devido a reprodução e K é o limite de saturação do crescimento populacional (devido aos recursos escassos como alimentos, território e tratamento a doenças). Observamos que

limtP(t)=limtK1+(KP0P0ert0) (2.196)
=K (2.197)

Ou seja, P(t)=K é uma assíntota horizontal ao gráfico de P=P(t) e é o limite de saturação do crescimento populacional. Na Figura 2.16, temos o gráfico da função logística para t0.

Refer to caption
Figura 2.16: Gráfico da função logistica.

2.4.2 Limite no infinito de função periódica

Uma função f é periódica quando existe um número T tal que

f(x)=f(x+T), (2.198)

para todo x no domínio de f. O número T é chamado de período da função. As funções trigonométricas são exemplos de funções periódicas.

À exceção de funções constantes, o limite no infinito de funções periódicas não existe. De fato, se f não é constante, então existem números x1x2 tal que y1=f(x1)f(x2)=y2. Se f é uma função é periódica com período T, temos f(x1+kT)=y1 e f(x2+kT)=y2 para todo número inteiro k. Desta forma, não existe número L que possamos tomar f(x) arbitrariamente próxima, para todos os valores de x suficientemente grandes (ou pequenos).

Exemplo 2.4.9.(Limite no infinito da função seno)

A função seno é periódica com período 2π, pois

sen(x+2kπ)=sen(x)cos(2kπ)+cos(x)sen(2kπ) (2.199)
=sen(x)1+cos(x)0 (2.200)
=sen(x). (2.201)

Observemos que não existe

limxsen(x), (2.202)

pois os valores de senx oscilam periodicamente no intervalo [1,1]. A Figura 2.17 mostra o gráfico de y=sen(x).

Refer to caption
Figura 2.17: Gráfico de f(x)=senx.
1from sympy import Symbol, limit, oo, sin
2x = Symbol("x")
3limit(sin(x), x, oo)
AccumBounds(-1, 1)

2.4.3 Exercícios resolvidos

ER 2.4.1.

Calcule

limx1x1+1. (2.203)
Solução 0.

Utilizando a regra da soma para limites no infinito, temos

limx1x1+1=limx1x1+limx11 (2.204)
=limx(1x1)+1, (2.205)

observando que limx1/(x1) existe. De fato, o gráfico de g(x)=1/(x1) é uma translação de uma unidade à esquerda da função f(x)=1/x. Uma translação horizontal finita não altera o comportamento da função para x. Portanto, como f(x)=1/x quando x, temos que g(x)=f(x1)=1/(x1) quando x, i.e.

limx1x1=0. (2.206)

Portanto, concluímos que

limx1x1+1=1. (2.207)
Código 24: Python
1from sympy import Symbol, limit, oo
2x = Symbol("x")
3limit(1/(x-1)+1, x, oo)
1
ER 2.4.2.

Determine a(s) assíntota(s) horizontal(ais) do gráfico da função

f(x)=3x+4x410x3x2+2x4x. (2.208)
Solução 0.

Uma reta y=L é assíntota horizontal do gráfico de f, quando

limx±f(x)=L. (2.209)

Começamos com x, temos

limxf(x)=limx3x+4x410x3x2+2x4x (2.210)
=limx4x42x4=2. (2.211)

Logo, y=2 é assíntota horizontal ao gráfico de f(x).

Agora, vamos ver a tendência da função para x, temos

limxf(x)=limx3x+4x410x3x2+2x4x (2.212)
=42=2. (2.213)

Portanto, concluímos que y=2 é a única assíntota horizontal ao gráfico da função f.

1from sympy import Symbol, limit, oo, plot
2x = Symbol("x")
3f = lambda x: (3-x+4*x**4-10*x**3)/(x**2+2*x**4-x)
4L = limit(f(x), x, oo)
5p = plot(f(x), (x, -15, 15), ylim = [-4, 6],\
6 line_color = "blue", show = False)
7q = plot(L, (x, -15, 15), line_color = "red", show = False)
8p.extend(q)
9p.show()
ER 2.4.3.

Calcule

limxx2xx+1. (2.214)
Solução 0.
limxx2xx+1 (2.215)
=limxx2xx+11x21x2 (2.216)
=limxx2xx2x+1|x| (2.217)
=limx11xx+1x (2.218)
=limx11x011x0=1. (2.219)
ER 2.4.4.

Calcule

limxex. (2.220)
Solução 0.

Observamos que o gráfico de f(x)=ex é uma reflexão em torno do eixo y do gráfico da função g(x)=ex. No Exemplo 2.4.7, vimos que

limxg(x)=limxex=0, (2.221)

logo

limxex=limxg(x) (2.222)
=limxg(x)=0. (2.223)

Veja o esboço do gráfico de f(x)=ex na Figura 2.18.

Refer to caption
Figura 2.18: Gráfico de f(x)=ex.
1from sympy import Symbol, limit, oo, exp
2x = Symbol("x")
3limit(exp(-x), x, oo)
0

2.4.4 Exercícios

E. 2.4.1.

Calcule

  1. a)

    limx10x

  2. b)

    limx10x1

  3. c)

    limx10x2

  4. d)

    limx1x2

  5. e)

    limx2(x+1)1

a) 0; b) 0; c) 0; d) 0; e) 2;

E. 2.4.2.

Calcule

  1. a)

    limxx12

  2. b)

    limx1(x+1)3

  3. c)

    limxxs,s>0

a) 0; b) 0; c) 0

E. 2.4.3.

Calcule

  1. a)

    limx2x

  2. b)

    limx(12)x+1

  3. c)

    limx23x+2

a) 0; b) 1; c) 2;

E. 2.4.4.

Calcule

  1. a)

    limxex+1

  2. b)

    limx3+ex

  3. c)

    limx2ex1

  4. d)

    limxeex

a) 1; b) 3; c) 1; d) e

E. 2.4.5.

Calcule

  1. a)

    limx1+x22x

  2. b)

    limx1+x22x

a) 12; b) 12

E. 2.4.6.

Calcule

limxcosx. (2.224)

não existe.

E. 2.4.7.

Calcule:

  1. a)

    limx1+ex.

  2. b)

    limx12xx+3ex1.

a) 1; b) 3

E. 2.4.8.

Dados dois polinômios p(x)=anxn+an1xn1++a0 e q(x)=bmxm+bm1xm1++b0, mostre que

limx±p(x)q(x)=limx±anxnbmxm. (2.225)

Dica: use as regras para o cálculo de limites.


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Pedro H A Konzen
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