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Seja dada uma função definida para todo em um intervalo aberto . O limite lateral à esquerda de no ponto é denotado por
(2.95) |
e é a tendência da função apenas para pontos (consultemos a Figura 2.5). Mais precisamente, temos
(2.96) |
quando é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de .
Para uma função definida para todo em um intervalo aberto , o limite lateral à direita de no ponto é denotado por
(2.97) |
e é a tendência da função apenas para pontos (consultemos a Figura 2.6). Mais precisamente, temos
(2.98) |
quando é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de .
Por inferência direta, temos
(2.99) |
e
(2.100) |
onde e são quaisquer números reais dados.
Como estamos interessados no limite lateral à esquerda de , trabalhamos com e, então
(2.103) | |||
(2.104) |
Analogamente, calculamos
(2.105) |
Verifique!
Existe o limite de uma dada função no ponto e
(2.106) |
se, e somente se, existem e são iguais a os limites laterais à esquerda e à direita de no ponto . Escrevemos
(2.107) | |||
(2.108) | |||
(2.109) |
A demonstração foge dos objetivos destas notas de aula e pode ser encontrada em livros de Análise Matemática. Entretanto, o resultado é intuitivo e pode ser compreendido a partir da noção de limite. Vamos começar pela implicação “”. Suponha que existe o limite de no ponto , i.e.
(2.110) |
Então, por definição, é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de (consultemos a Figura 2.8). Isto implica que é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de e, também, para todo suficientemente próximo de . Logo, existem e são iguais a os limites laterais à esquerda e à direita de no ponto , i.e.
(2.111) |
Agora, vamos provar a recíproca, i.e., a implicação “”. Suponha que existem e são iguais a os limites laterais à esquerda e à direita de no ponto , i.e.
(2.112) |
Então, por definição, é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de , i.e. para todo no intervalo , para um suficientemente pequeno. Analogamente, é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de , i.e. para todo no intervalo , com suficientemente pequeno (consultemos a Figura 2.9). Então, tomando , temos que é igualmente próximo de , para todo no intervalo , com . Logo, existe o limite de no ponto e
(2.113) |
∎
Vamos verificar a existência de
(2.116) |
Começamos pelo limite lateral à esquerda, temos
(2.117) | |||
(2.118) |
Agora, calculando o limite lateral à direta, obtemos
(2.119) | |||
(2.120) |
Como os limites laterais à esquerda e à direita são diferentes, concluímos que não existe o limite de no ponto . Consultemos a Figura 2.10.
As regras básicas para o cálculo de limites bilaterais são estendidas para limites laterais. I.e., se
(2.121) |
e
(2.122) |
então valem a:
regra da multiplicação por um escalar
(2.123) |
para qualquer número real .
regra da soma/subtração
(2.124) | |||
(2.125) |
regra do produto
(2.126) | |||
(2.127) |
regra do quociente
(2.128) | |||
(2.129) |
desde que .
regra da potenciação
(2.130) | |||
(2.131) |
se, adicionalmente, é um número real.
Considere que uma dada função tenha o seguinte esboço de gráfico:
Então, infira o valores de
Para valores e suficientemente próximos de , podemos observar que fica arbitrariamente próximo de . Concluímos que
(2.132) |
Mesmo sendo , observamos que os valores de podem ser tomados arbitrariamente próximos de , se escolhemos valores de e suficientemente próximos de . Logo,
(2.133) |
Observamos que os valores de podem ser tomados arbitrariamente próximos de , se escolhemos valores de e suficientemente próximos de . Logo,
(2.134) |
Notamos também que, neste caso, não tende para quando tende a pela esquerda.
Observamos que os valores de podem ser tomados arbitrariamente próximos de , se escolhemos valores de e suficientemente próximos de . Logo,
(2.135) |
Aqui, quando .
Nos itens anteriores, vimos que
(2.136) |
Logo, concluímos que este limite não existe, e escrevemos
(2.137) |
Calcule para
(2.138) |
A função tem comportamentos distintos para valores à esquerda e à direita de . Portanto, para calcularmos precisamos calcular os limites laterais. Temos:
(2.139) | |||
(2.140) |
e
(2.141) | |||
(2.142) |
Como ambos os limites laterais são iguais a , concluímos que
(2.143) |
Considere que uma dada função tenha o seguinte esboço de gráfico:
Forneça o valor dos seguintes limites:
a) ; b) ; c) ; d) ; e) ; f)
Sendo
(2.144) |
calcule
.
.
.
a) ; b) ; c)
Sendo
(2.145) |
calcule
.
.
.
a) ; b) ; c)
Calcule
(2.146) |
Calcule
(2.147) |
O que pode-se dizer sobre o limite à esquerda?
; Não está definido, pois o domínio de é .
Diga se é verdadeira ou falsa a seguinte afirmação. Se existem
(2.148) | |||
(2.149) |
então
(2.150) |
Justifique sua resposta.
Falso. Dica: construa um contraexemplo para mostrar que a afirmação não é verdadeira.
Aproveito para agradecer a todas/os que de forma assídua ou esporádica contribuem enviando correções, sugestões e críticas!
Este texto é disponibilizado nos termos da Licença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Ícones e elementos gráficos podem estar sujeitos a condições adicionais.
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Seja dada uma função definida para todo em um intervalo aberto . O limite lateral à esquerda de no ponto é denotado por
(2.95) |
e é a tendência da função apenas para pontos (consultemos a Figura 2.5). Mais precisamente, temos
(2.96) |
quando é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de .
Para uma função definida para todo em um intervalo aberto , o limite lateral à direita de no ponto é denotado por
(2.97) |
e é a tendência da função apenas para pontos (consultemos a Figura 2.6). Mais precisamente, temos
(2.98) |
quando é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de .
Por inferência direta, temos
(2.99) |
e
(2.100) |
onde e são quaisquer números reais dados.
Como estamos interessados no limite lateral à esquerda de , trabalhamos com e, então
(2.103) | |||
(2.104) |
Analogamente, calculamos
(2.105) |
Verifique!
Existe o limite de uma dada função no ponto e
(2.106) |
se, e somente se, existem e são iguais a os limites laterais à esquerda e à direita de no ponto . Escrevemos
(2.107) | |||
(2.108) | |||
(2.109) |
A demonstração foge dos objetivos destas notas de aula e pode ser encontrada em livros de Análise Matemática. Entretanto, o resultado é intuitivo e pode ser compreendido a partir da noção de limite. Vamos começar pela implicação “”. Suponha que existe o limite de no ponto , i.e.
(2.110) |
Então, por definição, é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de (consultemos a Figura 2.8). Isto implica que é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de e, também, para todo suficientemente próximo de . Logo, existem e são iguais a os limites laterais à esquerda e à direita de no ponto , i.e.
(2.111) |
Agora, vamos provar a recíproca, i.e., a implicação “”. Suponha que existem e são iguais a os limites laterais à esquerda e à direita de no ponto , i.e.
(2.112) |
Então, por definição, é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de , i.e. para todo no intervalo , para um suficientemente pequeno. Analogamente, é arbitrariamente próximo de , para todo suficientemente próximo de , i.e. para todo no intervalo , com suficientemente pequeno (consultemos a Figura 2.9). Então, tomando , temos que é igualmente próximo de , para todo no intervalo , com . Logo, existe o limite de no ponto e
(2.113) |
∎
Vamos verificar a existência de
(2.116) |
Começamos pelo limite lateral à esquerda, temos
(2.117) | |||
(2.118) |
Agora, calculando o limite lateral à direta, obtemos
(2.119) | |||
(2.120) |
Como os limites laterais à esquerda e à direita são diferentes, concluímos que não existe o limite de no ponto . Consultemos a Figura 2.10.
As regras básicas para o cálculo de limites bilaterais são estendidas para limites laterais. I.e., se
(2.121) |
e
(2.122) |
então valem a:
regra da multiplicação por um escalar
(2.123) |
para qualquer número real .
regra da soma/subtração
(2.124) | |||
(2.125) |
regra do produto
(2.126) | |||
(2.127) |
regra do quociente
(2.128) | |||
(2.129) |
desde que .
regra da potenciação
(2.130) | |||
(2.131) |
se, adicionalmente, é um número real.
Considere que uma dada função tenha o seguinte esboço de gráfico:
Então, infira o valores de
Para valores e suficientemente próximos de , podemos observar que fica arbitrariamente próximo de . Concluímos que
(2.132) |
Mesmo sendo , observamos que os valores de podem ser tomados arbitrariamente próximos de , se escolhemos valores de e suficientemente próximos de . Logo,
(2.133) |
Observamos que os valores de podem ser tomados arbitrariamente próximos de , se escolhemos valores de e suficientemente próximos de . Logo,
(2.134) |
Notamos também que, neste caso, não tende para quando tende a pela esquerda.
Observamos que os valores de podem ser tomados arbitrariamente próximos de , se escolhemos valores de e suficientemente próximos de . Logo,
(2.135) |
Aqui, quando .
Nos itens anteriores, vimos que
(2.136) |
Logo, concluímos que este limite não existe, e escrevemos
(2.137) |
Calcule para
(2.138) |
A função tem comportamentos distintos para valores à esquerda e à direita de . Portanto, para calcularmos precisamos calcular os limites laterais. Temos:
(2.139) | |||
(2.140) |
e
(2.141) | |||
(2.142) |
Como ambos os limites laterais são iguais a , concluímos que
(2.143) |
Considere que uma dada função tenha o seguinte esboço de gráfico:
Forneça o valor dos seguintes limites:
a) ; b) ; c) ; d) ; e) ; f)
Sendo
(2.144) |
calcule
.
.
.
a) ; b) ; c)
Sendo
(2.145) |
calcule
.
.
.
a) ; b) ; c)
Calcule
(2.146) |
Calcule
(2.147) |
O que pode-se dizer sobre o limite à esquerda?
; Não está definido, pois o domínio de é .
Diga se é verdadeira ou falsa a seguinte afirmação. Se existem
(2.148) | |||
(2.149) |
então
(2.150) |
Justifique sua resposta.
Falso. Dica: construa um contraexemplo para mostrar que a afirmação não é verdadeira.
Aproveito para agradecer a todas/os que de forma assídua ou esporádica contribuem enviando correções, sugestões e críticas!
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