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O limite de uma função nem sempre existe. Entretanto, em muitos destes casos, podemos concluir mais sobre a tendência da função. Por exemplo, dizemos que o limite de uma dada função é infinito quando tende a um número , se é arbitrariamente grande para todos os valores de suficientemente próximos de . Neste caso, escrevemos
(2.226) |
A Figura 2.19, é uma ilustração de quando .
Vejamos o caso de
(2.227) |
Ao tomarmos próximo de , obtemos os seguintes valores de :
Veja o esboço do gráfico de na Figura 2.20.
Podemos concluir que os valores de podem ser tomados arbitrariamente grandes ao escolhermos qualquer suficientemente próximo de , com . I.e.,
(2.228) |
Definimos os limites laterais infinitos
(2.229) |
e
(2.230) |
No primeiro caso, os valores de são arbitrariamente grandes conforme os valores de e . No segundo caso, os valores de são arbitrariamente grandes conforme os valores de e .
(2.231) |
De fato, conforme tomamos valores de próximos de , com , os valores de tornam-se cada vez maiores. Veja o esboço do gráfico de na Figura 2.21.
Analogamente à definição de limite infinito, dizemos que o limite de uma dada função é menos infinito quando tende a , quando torna-se arbitrariamente pequeno para valores de suficientemente próximos de . Neste caso, escrevemos
(2.232) |
De forma similar, definimos os limites laterais quando .
Observemos que
(2.233) |
e que não podemos concluir que este limite é ou . Isto ocorre, pois
(2.234) |
e
(2.235) |
(2.236) |
De fato, podemos inferir este limite a partir do gráfico da função . Esta é uma translação de uma unidade à esquerda do gráfico de , seguida de uma reflexão em torno de eixo . Consultemos a Figura 2.22.
Uma reta é uma assíntota vertical do gráfico de uma função , se
(2.237) |
ou
(2.238) |
O gráfico da função tem uma assíntota vertical em , pois
(2.239) |
Veja o esboço de seu gráfico na Figura 2.23.
A função não está definida para valores de tais que seu denominador se anule, i.e.
(2.240) | |||
(2.241) |
Nestes pontos o gráfico de pode ter assíntotas verticais. De fato, temos
(2.242) | |||
(2.243) |
e, também, temos
(2.244) | |||
(2.245) |
Com isso, temos que as retas e são assíntotas verticais ao gráfico da função . Veja a Figura 2.24 para o esboço do gráfico desta função.
A função logarítmica natural é tal que
(2.246) |
i.e., é uma assíntota vertical ao gráfico de . Isto decorre do fato de ser a função inversa de e, esta, ter uma assíntota horizontal . A Figura 2.25 é um esboço do gráfico da função .
As funções trigonométricas e têm assíntotas verticais para inteiro. Já, as funções trigonométricas e têm assíntotas verticais para inteiro. Consulte mais em Notas de aula: Pré-cálculo: Funções Trigonométricas.
Além de assíntotas horizontais e verticais, gráficos de funções podem ter assintota oblíquas. Isto ocorre, particularmente, para funções racionais cujo grau do numerador é maior que o do denominador.
Consideremos a função racional
(2.247) |
Para buscarmos determinar a assíntota oblíqua desta função, dividimos o numerador pelo denominador, de forma a obtermos
(2.248) |
Observamos, agora, que o resto tende a zero quando , i.e. quando . Com isso, concluímos que é uma assíntota oblíqua ao gráfico de . Veja a Figura 2.26.
Analogamente à assintotas oblíquas, podemos ter outros tipos de assíntotas determinadas por funções de diversos tipos, por exemplo, assíntotas quadráticas.
Escrevemos
(2.249) |
quando os valores da função são arbitrariamente grandes para todos os valores de suficientemente grandes. De forma análoga, definimos
(2.250) |
(2.251) |
e
(2.252) |
Vejamos os seguintes casos:
(2.253) | |||
(2.254) |
Dado um polinômio , temos
(2.255) |
Retornando ao exemplo anterior (Exemplo 2.5.11, temos
(2.256) | |||
(2.257) |
Calcule
(2.258) |
Temos
(2.259) |
Outra forma de calcular este limite é observar que quando . Assim, fazendo a mudança de variável , temos
(2.260) | |||
(2.261) | |||
(2.262) |
Calcule
(2.263) |
Começamos observando que
(2.264) |
Então, calculando o limite lateral à esquerda, temos
(2.265) | |||
(2.266) |
Por outro lado, temos
(2.267) | |||
(2.268) |
Portanto, concluímos que
(2.269) |
Calcule
(2.270) |
Tratando-se de uma função racional, temos
(2.271) | |||
(2.272) | |||
(2.273) |
Calcule
(2.274) |
Observamos que quando . Desta forma, fazendo a mudança de variáveis , temos
(2.275) |
Calcule
(2.276) |
Podemos verificar que trata-se de uma indeterminação do tipo . Neste caso, podemos calcular o limite pela multiplicação (em cima e em baixo) pelo inverso do fator dominante no radical, i.e. . Ou seja, calculamos
(2.277) | |||
(2.278) |
Lembramos que . Como , temos . Logo,
(2.279) | |||
(2.280) | |||
(2.281) | |||
(2.282) | |||
(2.283) |
Calcule
a) ; b) ; c) ; d)
Calcule
a) ; b) ; c) ; d)
Calcule
a) ; b) ; c) ; d) ; e)
Determine as assíntotas verticais ao gráfico da função
(2.284) |
;
Determine as assíntotas verticais ao gráfico da função
(2.285) |
Calcule
(2.286) |
Calcule
(2.287) |
Mostre que é assíntota ao gráfico de
(2.288) |
Dica: Observe que e analise o limite de quando .
(Aplicação) Na física química, a equação de Arrhenius33endnote: 3Svante August Arrhenius, 1859 - 1927, químico sueco. Fonte: Wikipédia: Svante Arrhenius. fornece a taxa de reação (entre espécies químicas) em função da temperatura [K]
(2.289) |
onde é o fator constante pré-exponencial, é a energia de ativação e é a constante universal dos gases. Para temperatura constante, a equação acima define a função . Qual é a tendência da taxa de reação quando .
quando
(Aplicação.) A função logística tem aplicações em várias áreas do conhecimento como, por exemplo, na inteligência artificial e na modelagem de crescimento populacional. Ela tem a forma
(2.290) |
Encontre a(s) assíntota(s) horizontal(ais) dessa função logística.
e
(Aplicação.) O fenômeno de desintegração espontânea do núcleo de um átomo com a emissão de algumas radiações é chamado de radioatividade. A lei fundamental do decaimento radiativo estabelece que a taxa de decaimento é proporcional ao número de átomos que ainda não decaíram. Isto nos fornece a equação da lei básica da radioatividade
(2.291) |
onde, é o número de átomos no tempo , é o número de átomos presentes no tempo inicial e é a constante de decaimento. Qual a tendência de quando .
quando
Aproveito para agradecer a todas/os que de forma assídua ou esporádica contribuem enviando correções, sugestões e críticas!
Este texto é disponibilizado nos termos da Licença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Ícones e elementos gráficos podem estar sujeitos a condições adicionais.
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O limite de uma função nem sempre existe. Entretanto, em muitos destes casos, podemos concluir mais sobre a tendência da função. Por exemplo, dizemos que o limite de uma dada função é infinito quando tende a um número , se é arbitrariamente grande para todos os valores de suficientemente próximos de . Neste caso, escrevemos
(2.226) |
A Figura 2.19, é uma ilustração de quando .
Vejamos o caso de
(2.227) |
Ao tomarmos próximo de , obtemos os seguintes valores de :
Veja o esboço do gráfico de na Figura 2.20.
Podemos concluir que os valores de podem ser tomados arbitrariamente grandes ao escolhermos qualquer suficientemente próximo de , com . I.e.,
(2.228) |
Definimos os limites laterais infinitos
(2.229) |
e
(2.230) |
No primeiro caso, os valores de são arbitrariamente grandes conforme os valores de e . No segundo caso, os valores de são arbitrariamente grandes conforme os valores de e .
(2.231) |
De fato, conforme tomamos valores de próximos de , com , os valores de tornam-se cada vez maiores. Veja o esboço do gráfico de na Figura 2.21.
Analogamente à definição de limite infinito, dizemos que o limite de uma dada função é menos infinito quando tende a , quando torna-se arbitrariamente pequeno para valores de suficientemente próximos de . Neste caso, escrevemos
(2.232) |
De forma similar, definimos os limites laterais quando .
Observemos que
(2.233) |
e que não podemos concluir que este limite é ou . Isto ocorre, pois
(2.234) |
e
(2.235) |
(2.236) |
De fato, podemos inferir este limite a partir do gráfico da função . Esta é uma translação de uma unidade à esquerda do gráfico de , seguida de uma reflexão em torno de eixo . Consultemos a Figura 2.22.
Uma reta é uma assíntota vertical do gráfico de uma função , se
(2.237) |
ou
(2.238) |
O gráfico da função tem uma assíntota vertical em , pois
(2.239) |
Veja o esboço de seu gráfico na Figura 2.23.
A função não está definida para valores de tais que seu denominador se anule, i.e.
(2.240) | |||
(2.241) |
Nestes pontos o gráfico de pode ter assíntotas verticais. De fato, temos
(2.242) | |||
(2.243) |
e, também, temos
(2.244) | |||
(2.245) |
Com isso, temos que as retas e são assíntotas verticais ao gráfico da função . Veja a Figura 2.24 para o esboço do gráfico desta função.
A função logarítmica natural é tal que
(2.246) |
i.e., é uma assíntota vertical ao gráfico de . Isto decorre do fato de ser a função inversa de e, esta, ter uma assíntota horizontal . A Figura 2.25 é um esboço do gráfico da função .
As funções trigonométricas e têm assíntotas verticais para inteiro. Já, as funções trigonométricas e têm assíntotas verticais para inteiro. Consulte mais em Notas de aula: Pré-cálculo: Funções Trigonométricas.
Além de assíntotas horizontais e verticais, gráficos de funções podem ter assintota oblíquas. Isto ocorre, particularmente, para funções racionais cujo grau do numerador é maior que o do denominador.
Consideremos a função racional
(2.247) |
Para buscarmos determinar a assíntota oblíqua desta função, dividimos o numerador pelo denominador, de forma a obtermos
(2.248) |
Observamos, agora, que o resto tende a zero quando , i.e. quando . Com isso, concluímos que é uma assíntota oblíqua ao gráfico de . Veja a Figura 2.26.
Analogamente à assintotas oblíquas, podemos ter outros tipos de assíntotas determinadas por funções de diversos tipos, por exemplo, assíntotas quadráticas.
Escrevemos
(2.249) |
quando os valores da função são arbitrariamente grandes para todos os valores de suficientemente grandes. De forma análoga, definimos
(2.250) |
(2.251) |
e
(2.252) |
Vejamos os seguintes casos:
(2.253) | |||
(2.254) |
Dado um polinômio , temos
(2.255) |
Retornando ao exemplo anterior (Exemplo 2.5.11, temos
(2.256) | |||
(2.257) |
Calcule
(2.258) |
Temos
(2.259) |
Outra forma de calcular este limite é observar que quando . Assim, fazendo a mudança de variável , temos
(2.260) | |||
(2.261) | |||
(2.262) |
Calcule
(2.263) |
Começamos observando que
(2.264) |
Então, calculando o limite lateral à esquerda, temos
(2.265) | |||
(2.266) |
Por outro lado, temos
(2.267) | |||
(2.268) |
Portanto, concluímos que
(2.269) |
Calcule
(2.270) |
Tratando-se de uma função racional, temos
(2.271) | |||
(2.272) | |||
(2.273) |
Calcule
(2.274) |
Observamos que quando . Desta forma, fazendo a mudança de variáveis , temos
(2.275) |
Calcule
(2.276) |
Podemos verificar que trata-se de uma indeterminação do tipo . Neste caso, podemos calcular o limite pela multiplicação (em cima e em baixo) pelo inverso do fator dominante no radical, i.e. . Ou seja, calculamos
(2.277) | |||
(2.278) |
Lembramos que . Como , temos . Logo,
(2.279) | |||
(2.280) | |||
(2.281) | |||
(2.282) | |||
(2.283) |
Calcule
a) ; b) ; c) ; d)
Calcule
a) ; b) ; c) ; d)
Calcule
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Determine as assíntotas verticais ao gráfico da função
(2.284) |
;
Determine as assíntotas verticais ao gráfico da função
(2.285) |
Calcule
(2.286) |
Calcule
(2.287) |
Mostre que é assíntota ao gráfico de
(2.288) |
Dica: Observe que e analise o limite de quando .
(Aplicação) Na física química, a equação de Arrhenius33endnote: 3Svante August Arrhenius, 1859 - 1927, químico sueco. Fonte: Wikipédia: Svante Arrhenius. fornece a taxa de reação (entre espécies químicas) em função da temperatura [K]
(2.289) |
onde é o fator constante pré-exponencial, é a energia de ativação e é a constante universal dos gases. Para temperatura constante, a equação acima define a função . Qual é a tendência da taxa de reação quando .
quando
(Aplicação.) A função logística tem aplicações em várias áreas do conhecimento como, por exemplo, na inteligência artificial e na modelagem de crescimento populacional. Ela tem a forma
(2.290) |
Encontre a(s) assíntota(s) horizontal(ais) dessa função logística.
e
(Aplicação.) O fenômeno de desintegração espontânea do núcleo de um átomo com a emissão de algumas radiações é chamado de radioatividade. A lei fundamental do decaimento radiativo estabelece que a taxa de decaimento é proporcional ao número de átomos que ainda não decaíram. Isto nos fornece a equação da lei básica da radioatividade
(2.291) |
onde, é o número de átomos no tempo , é o número de átomos presentes no tempo inicial e é a constante de decaimento. Qual a tendência de quando .
quando
Aproveito para agradecer a todas/os que de forma assídua ou esporádica contribuem enviando correções, sugestões e críticas!
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