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Um ponto fixo de uma função é um ponto tal que
(2.47) |
Geometricamente, pontos fixos são interseções do gráfico da com a reta , veja a Figura 2.4.
Observamos que toda equação de uma incógnita pode ser reescrita de forma equivalente como um problema de ponto fixo.
Consideremos o problema de resolver
(2.48) | ||||
Podemos reescrevê-la como o problema de se obter os zeros da seguinte função
(2.49) | ||||
Por sua vez, este problema é equivalente aos seguintes problemas de ponto fixo (entre outros):
(2.50) | ||||
(2.51) | ||||
Na Figura 2.5 podemos observar que os zeros da (a saber, e ) coincidem com os pontos fixos das funções e .
Em muitos casos, é possível obter aproximações de um ponto fixo de uma dada função pela chamada iteração de ponto fixo:
(2.52) | ||||
(2.53) |
com .
Vamos estudar as seguintes iterações de ponto fixo com as funções e consideradas no Exemplo 2.3.1.
Função com .
(2.54) | ||||
(2.55) | ||||
(2.56) | ||||
(2.57) | ||||
(2.58) | ||||
(2.59) | ||||
(2.60) | ||||
(2.61) | ||||
(2.62) | ||||
(2.63) | ||||
(2.64) |
Neste caso as iterações de ponto fixo convergem (lentamente) para o ponto fixo .
Função com .
Este valor inicial está próximo do ponto fixo , entretanto as iterações de ponto fixo divergem:
(2.65) | ||||
(2.66) | ||||
(2.67) | ||||
(2.68) | ||||
(2.69) |
Função com . Neste caso, as iterações de ponto fixo convergem (rapidamente) para o ponto fixo próximo:
(2.70) | ||||
(2.71) | ||||
(2.72) | ||||
(2.73) | ||||
(2.74) | ||||
(2.75) |
Este último exemplo mostra que a iteração do ponto fixo nem sempre é convergente. Antes de vermos condições suficientes para a convergência, vejamos sua interpretação geométrica.
A Figura 2.6 apresenta o caso de uma iteração de ponto fixo convergente. As iterações iniciam-se no ponto e seguem para e .
O seguinte teorema nos fornece condições suficientes para a convergência das iterações de ponto fixo.
(Teorema do Ponto Fixo.) Seja função continuamente diferenciável satisfazendo ambas as seguintes condições
,
para todo .
Então, tem um único ponto fixo e as iterações
(2.76) |
convergem para , para qualquer escolha de .
Da hipótese b), temos que é uma contração com
(2.77) |
para quaisquer . Com isso, da hipótese a) e tomando , temos
(2.78) | ||||
(2.79) | ||||
(2.80) |
para . Como , temos quando e, portanto, converge para algum .
De fato, é ponto fixo de , pois da continuidade da , temos
(2.81) | ||||
(2.82) |
Por fim, é único, pois assumindo a existência de outro ponto fixo teríamos
(2.83) | ||||
(2.84) | ||||
(2.85) |
∎
(Ordem de Convergência.) A iteração de ponto fixo tem ordem de convergência linear
(2.86) |
onde é a constante dada na hipótese do Teorema do Ponto Fixo. Além disso, isso mostra que quanto menor o valor da constante , mais rápida é a convergência das iterações de ponto fixo.
Dado um problema de encontrar um zero de uma função (i.e., resolver ), podemos construir uma função com ponto fixo no zero de e aplicarmos a iteração de ponto fixo para computá-lo. Para tanto, observamos que
(2.87) | |||
(2.88) | |||
(2.89) |
com escolhido de forma a satisfazer as hipóteses do Teorema do Ponto Fixo (Teorema 2.3.1).
Retornamos ao problema de encontrar o zero da função
(2.90) | ||||
no intervalo . Para construir uma função para a iteração de ponto fixo neste intervalo, podemos tomar
(2.91) |
com . A Figura 2.7 mostra esboços dos gráficos de e no intervalos e podemos observar que esta escolha de faz com que a satisfaça o Teorema do Ponto Fixo.
Então, fazendo as iterações de ponto fixo com aproximação inicial , obtemos os resultados apresentados na Tabela 2.3.
0 | -x- | |
---|---|---|
1 | ||
2 | ||
3 | ||
4 |
Forneça o(s) ponto(s) fixo(s) de
(2.92) |
Verifique se a iteração de ponto fixo é convergente para as seguintes funções e aproximações iniciais:
,
,
Justifique sua resposta.
a) Convergente; b) Divergente.
Considere o problema de computar uma aproximação do zero de . Resolva-o aplicando a iteração de ponto fixo para a função auxiliar
(2.93) |
restrita ao intervalo com aproximação inicial . Escolha o melhor valor de entre os seguintes:
Então, compute uma aproximação do zero de com dígitos significativos de precisão.
;
Seja
(2.94) | ||||
Aplique a iteração de ponto fixo na função auxiliar
(2.95) |
para algum adequado, de forma que aproximação inicial leve a iterações de ponto fixo que convirjam para , zero de multiplicidade par de .
Mostre que para qualquer valor de . Por que isso explica a lenta convergência observada no item a)?
Alternativamente, verifique que a abordagem da iteração de ponto fixo converge muito mais rápido para se aplicada à derivada de , i.e. aplicando a iteração à função auxiliar
(2.96) |
para um valor de adequado.
a) ; b) Pois, não há que satisfaz o Teorema do Ponto Fixo.; c)
Use o Método da Iteração de Ponto Fixo para aproximar um zero de
(2.97) |
no intervalo inicial .
Use o Método da Iteração de Ponto Fixo para computar a(s) solução(ões) das seguintes equações com precisão de 8 dígitos significativos.
para .
para .
a) ; b) ;
Use o Método de Iteração de Ponto Fixo para encontrar uma aproximação com precisão de dígitos significativos do zero de
(2.98) | ||||
no intervalo .
Use o Método de Iteração de Ponto Fixo para encontrar uma aproximação com precisão de do zero de
(2.99) | ||||
no intervalo . Forneça a aproximação computada com dígitos significativos por arredondamento.
Use o Método da Iteração de Ponto Fixo para encontrar o ponto crítico1717endnote: 17Definimos que é ponto crítico de uma dada , quando ou . de
(2.100) |
no intervalo . Obtenha o resultado com precisão de dígitos significativos por arredondamento.
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