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O método da bisseção explora o fato de que toda função contínua com (i.e., e tem sinais diferentes) tem pelo menos um zero no intervalo 99endnote: 9Esta é uma consequência imediata do Teorema do Valor Intermediário..
Consideramos o problema de resolver a equação
(2.2) | ||||
Este problema é equivalente a encontrar os zeros da seguinte função
(2.3) | ||||
Os zeros exatos1010endnote: 10O problema foi construído para que tivesse estas soluções. desta função são e (consulte a Figura 2.1).
Observamos que esta função é contínua e que, por exemplo, e , logo e, de fato, tem pelo menos um zero1111endnote: 11De fato, tem três zeros no intervalo . no intervalo .
Consideramos, então, uma função contínua tal que . O método da bisseção é iterativo, a primeira aproximação para uma solução de é tomada como o ponto médio do intervalo , i.e.
(2.4) |
onde e . Daí, se ocorrer o problema está resolvido. Caso contrário, tem pelo menos um zero num dos subintervalos ou , pois ou , respectivamente e exclusivamente. No primeiro caso, escolhemos ou, no segundo caso, tomamos . Então, a segunda aproximação para uma solução é computada como
(2.5) |
O procedimento se repete até obtermos uma aproximação com a precisão desejada.
Consideremos o problema de encontrar um zero da função
(2.6) | ||||
Do esboço de seu gráfico (Figura 2.1), observamos que sendo que o zero de está no intervalo . Aplicando o método da bisseção com intervalo inicial e aproximação inicial , obtemos as aproximações apresentadas na Tabela 2.1.
k | ||||
0 | -1 | |||
1 | 1 | |||
2 | -1 | |||
3 | 1 | |||
4 | 1 | |||
5 | -1 | |||
6 | 1 | |||
7 | 1 | |||
8 | -1 | |||
9 | -1 | |||
Dada uma função contínua com , vamos mostrar que o método da bisseção é globalmente convergente e tem ordem de convergência linear.
(Método Iterativo Globalmente Convergente.) Um método iterativo
(2.7) | |||
(2.8) |
com , é dito globalmente convergente, quando
(2.9) |
para qualquer escolha de .
(Ordem de convergência.) Seja uma sequência convergente com
(2.10) |
com para todo . Dizemos que converge com ordem e com constante de erro assintótica , quando
(2.11) |
Em geral, quando maior o valor de , mais rapidamente é a convergência das iteradas de um método iterativo. Os seguintes casos são particularmente importantes:
Se e , o método é linearmente convergente.
Se , o método é quadraticamente convergente.
Seja função contínua com . Então, o método da bisseção é globalmente convergente.
Seja a sequência de aproximações1212endnote: 12Caso, ou , então assumimos que ou , conforme o caso, para . do método da bisseção. Por construção, temos
(2.12) | ||||
(2.13) | ||||
(2.14) | ||||
(2.15) |
Ou seja, obtemos a estimativa de convergência
(2.16) |
Daí, segue que
(2.17) | ||||
(2.18) |
∎
Dada uma função contínua e estritamente monótona1313endnote: 13Função estritamente crescente ou estritamente decrescente, exclusivamente. com , temos que o método da bisseção converge para o zero de em .
Seja função contínua e estritamente monótona com . Então, o método da bisseção converge para o zero de em .
Das hipóteses temos que tem um único zero em . Seja a sequência de aproximações1414endnote: 14Caso, ou , então assumimos que ou , conforme o caso, para . do método da bisseção. Por construção, temos
(2.22) | ||||
(2.23) | ||||
(2.24) | ||||
(2.25) |
donde, obtemos a seguinte estimativa do erro de truncamento
(2.26) |
E, daí também, segue que o método converge para o zero de , pois
(2.27) |
∎
(Estimativa de Exatidão.) A estimativa de truncamento 2.26 é também um estimativa de exatidão, i.e. nos fornece uma medida do erro na -ésima aproximação do método da bisseção.
(Ordem de Convergência Linear.) A estimativa de convergência (2.26) também pode ser usada para mostrarmos que, assintoticamente, o método da bisseção tem a seguinte taxa de convergência linear
(2.31) |
Sejam uma função suave e um zero de multiplicidade par de . Observamos que o método da bisseção não é diretamente aplicável para aproximar . Isto ocorre, pois, neste caso, será um ponto de mínimo ou de máximo local de , não havendo pontos e próximos de tal que .
Agora, sendo um zero de de multiplicidade , temos que ela admite a seguinte decomposição
(2.32) |
onde é uma função suave e . Daí, a derivada de
(2.33) |
tem como um zero de multiplicidade (ímpar) e, desta forma, podemos aplicar o método da bisseção em para aproximar .
Para aplicarmos o método da bisseção para aproximarmos este zero, primeiramente, derivamos
(2.35) | ||||
O esboço do gráfico de (Figura 2.2) mostra que sendo que no intervalo tem um zero de multiplicidade ímpar. Então, aplicando o método da bisseção a no intervalo inicial , obtemos os resultados apresentados na Tabela 2.2. Nesta tabela são apresentados as iteradas até a convergência da solução com precisão de .
k | ||||
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0 | -1 | |||
1 | -1 | |||
2 | 1 | |||
3 | 1 | |||
4 | -1 | |||
5 | 1 | |||
6 | 1 | |||
7 | -1 | |||
8 | 1 | |||
9 | 1 | |||
Use o método da bisseção para aproximar um zero de
(2.36) |
aplicando como intervalo inicial e aproximação inicial . Faça, então, iterações de forma a obter a aproximação e forneça-a com dígitos significativos por arredondamento.
Considere o método da bisseção para aproximar um zero de , aplicando como intervalo inicial e aproximação inicial . Use a estimativa de convergência (2.26)
(2.37) |
para estimar o número mínimo de iterações necessárias para se obter a solução com exatidão de . Então, compute e forneça-o com dígitos significativos por arredondamento.
Use o método da bisseção para computar a(s) solução(ões) das seguintes equações com precisão de 8 dígitos significativos.
para .
para .
a) ; b) ;
Use o método da bisseção para encontrar uma aproximação com precisão de do zero de
(2.38) |
no intervalo . Forneça a aproximação computada com dígitos significativos por arredondamento.
Aplique o método da bisseção para encontrar o ponto crítico1515endnote: 15Definimos que é ponto crítico de uma dada , quando ou . de
(2.39) |
no intervalo . Obtenha o resultado com precisão de dígitos significativos por arredondamento.
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