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Cálculo I

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5.8 Integrais Impróprias

A integral

abf(x)𝑑x (5.631)

é chamada de integral imprópria quando a,b± ou f tem uma descontinuidade infinita no intervalo [a,b]. Quando a integral existe, dizemos que ela é convergente.

Exemplo 5.8.1.

Estudemos os seguintes casos:

  1. a)

    21x2𝑑x É uma integral imprópria, pois o intervalo de integração [2,) é infinito.

  2. b)

    1ex𝑑x É uma integral imprópria, pois o intervalo de integração (,1] é infinito.

  3. c)

    111x+1𝑑x É uma integral imprópria, pois o integrando 1/(x+1) tem uma assíntota vertical no extremo esquerdo do intervalo de integração.

  4. d)

    02x1x21𝑑x Não é uma integral imprópria, pois o integrando é contínuo por partes no intervalo [0,2].

  5. e)

    22x1x21𝑑x É uma integral imprópria, pois o integrando tem uma descontinuidade infinita em x=1.

5.8.1 Limites de integração infinitos

No caso de integrais impróprias da forma

af(x)𝑑x (5.632)

calculamos

af(x)𝑑x=limbabf(x)𝑑x. (5.633)
Exemplo 5.8.2.

Vamos calcular

11x2𝑑x (5.634)

Temos

11x2𝑑x =limb1b1x2𝑑x (5.635)
=limb[1x]1b (5.636)
=limb[1b0+11] (5.637)
=1 (5.638)

Analogamente, calculamos

bf(x)𝑑x=limaabf(x)𝑑x. (5.639)
Exemplo 5.8.3.

Vamos calcular

2ex𝑑x. (5.640)

Temos

2ex𝑑x =limaa2ex𝑑x (5.641)
=lima[ex]a2 (5.642)
=limae2ea0 (5.643)
=e2 (5.644)

No caso de integrais impróprias da forma

f(x)𝑑x (5.645)

escolhemos um c qualquer e calculamos

f(x)𝑑x=cf(x)𝑑x+cf(x)𝑑x (5.646)

Dizemos que a integral é divergente no caso de ao menos uma das integrais à direita ser divergente.

Exemplo 5.8.4.

Vamos calcular

2dx1+4x2 (5.647)

Escolhendo c=0, temos

2dx1+4x2 =02dx1+4x2+02dx1+4x2 (5.648)
=limaa02dx1+4x2+limb0b2dx1+4x2 (5.649)
=lima[arctg(2x)]a0+limb[arctg(2x)]0b (5.650)
=lima[arctg(0)arctg(a)π4]a0 (5.651)
+limb[arctg(b)π4arctg(0)]0b (5.652)
=π4+π4=π2 (5.653)

5.8.2 Integrandos com descontinuidade infinita

No caso de integrais impróprias em que o integrando tem descontinuidade infinita no limite de integração inferior, calculamos

abf(x)𝑑x=limca+cbf(x),dx. (5.654)

Se a descontinuidade for no limite superior, então calculamos

abf(x)𝑑x=limcbacf(x),dx. (5.655)
Exemplo 5.8.5.

Vamos calcular

122x2(x1)2𝑑x (5.656)

Temos

12dx(x1)2𝑑x =limc1+c2dx(x1)2 (5.657)
=limc1+x=c2duu2 (5.658)

onde, usamos a substituição u=x1 e du=dx. Segue que,

12dx(x1)2𝑑x =limc1+[u1]x=c2 (5.659)
=limc1+[1x1]c2 (5.660)
=limc1+[1+1c10+] (5.661)
= (5.662)

No caso do integrando ter descontinuidade infinita em um ponto interno do limite de integração, calculamos

abf(x)𝑑x=acf(x)𝑑x+cbf(x)𝑑x, (5.663)

onde, x=c é o ponto de descontinuidade de f.

Exemplo 5.8.6.

Vamos calcular

03dxx2 (5.664)

Fazemos

03dxx2 =02dxx2+23dxx2 (5.665)
=limc20cdxx2+limc2+c3dxx2 (5.666)
=limc2[ln|x2|]0c+limx2+[ln|x2|]c3 (5.667)
=limc2[ln|c2|+ln|2|]0c+limx2+[ln|1|ln|c2|]c3 (5.668)
=+ (5.669)

no que concluímos que a integral é divergente.

5.8.3 Exercícios resolvidos

ER 5.8.1.

Para quais valores de p a integral

1dxxp (5.670)

é convergente.

Solução 0.

Por definição

1dxxp=limb1bdxxp (5.671)

Para p=1, temos

1dxx =limb1bdxx (5.672)
=limb[ln|x|]1b (5.673)
=limb[ln|b|ln|1|] (5.674)
= (5.675)

Ou seja, para p=1 a integral é divergente. Agora, para p1, temos

1dxxp =limb1bdxxp (5.676)
=limb[x1p1p]1b (5.677)
=limb[b1p1p11p] (5.678)

Para p<1, temos que b1p quando b. Agora, para p>1, temos que b1p0 quando b. Logo, concluímos que a integral é convergente para p>1 e

1dxxp=1p1,p>1. (5.679)
ER 5.8.2.

Calcule

1dx(x1)2 (5.680)
Solução 0.

Notamos que, além do limite de integração infinito, o integrando tem uma descontinuidade infinita em x=1. Logo, calculamos

1dxx1 =limb1bdx(x1)2 (5.681)
=limb[lima1+abdx(x1)2] (5.682)
=limb[lima1+[11x]ab] (5.683)
=limblima1+(11b011a) (5.684)
=+ (5.685)

5.8.4 Exercícios

E. 5.8.1.

Calcule

  1. a)

    1dxx3

  2. b)

    12dxx3

Resposta 0.

a) 12; b) 2

E. 5.8.2.

Calcule

  1. a)

    xdxx2+1

  2. b)

    ex1+e2x𝑑x

Resposta 0.

a) ; b) π2

E. 5.8.3.

Calcule

  1. 1.

    01dxx2

  2. 2.

    12dxx2𝑑x

Resposta 0.

a) ; b)

E. 5.8.4.

Calcule

22dxx2 (5.686)
Resposta 0.

E. 5.8.5.

Calcule

dxx3 (5.687)
Resposta 0.

divergente


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5.8 Integrais Impróprias

A integral

abf(x)𝑑x (5.631)

é chamada de integral imprópria quando a,b± ou f tem uma descontinuidade infinita no intervalo [a,b]. Quando a integral existe, dizemos que ela é convergente.

Exemplo 5.8.1.

Estudemos os seguintes casos:

  1. a)

    21x2𝑑x É uma integral imprópria, pois o intervalo de integração [2,) é infinito.

  2. b)

    1ex𝑑x É uma integral imprópria, pois o intervalo de integração (,1] é infinito.

  3. c)

    111x+1𝑑x É uma integral imprópria, pois o integrando 1/(x+1) tem uma assíntota vertical no extremo esquerdo do intervalo de integração.

  4. d)

    02x1x21𝑑x Não é uma integral imprópria, pois o integrando é contínuo por partes no intervalo [0,2].

  5. e)

    22x1x21𝑑x É uma integral imprópria, pois o integrando tem uma descontinuidade infinita em x=1.

5.8.1 Limites de integração infinitos

No caso de integrais impróprias da forma

af(x)𝑑x (5.632)

calculamos

af(x)𝑑x=limbabf(x)𝑑x. (5.633)
Exemplo 5.8.2.

Vamos calcular

11x2𝑑x (5.634)

Temos

11x2𝑑x =limb1b1x2𝑑x (5.635)
=limb[1x]1b (5.636)
=limb[1b0+11] (5.637)
=1 (5.638)

Analogamente, calculamos

bf(x)𝑑x=limaabf(x)𝑑x. (5.639)
Exemplo 5.8.3.

Vamos calcular

2ex𝑑x. (5.640)

Temos

2ex𝑑x =limaa2ex𝑑x (5.641)
=lima[ex]a2 (5.642)
=limae2ea0 (5.643)
=e2 (5.644)

No caso de integrais impróprias da forma

f(x)𝑑x (5.645)

escolhemos um c qualquer e calculamos

f(x)𝑑x=cf(x)𝑑x+cf(x)𝑑x (5.646)

Dizemos que a integral é divergente no caso de ao menos uma das integrais à direita ser divergente.

Exemplo 5.8.4.

Vamos calcular

2dx1+4x2 (5.647)

Escolhendo c=0, temos

2dx1+4x2 =02dx1+4x2+02dx1+4x2 (5.648)
=limaa02dx1+4x2+limb0b2dx1+4x2 (5.649)
=lima[arctg(2x)]a0+limb[arctg(2x)]0b (5.650)
=lima[arctg(0)arctg(a)π4]a0 (5.651)
+limb[arctg(b)π4arctg(0)]0b (5.652)
=π4+π4=π2 (5.653)

5.8.2 Integrandos com descontinuidade infinita

No caso de integrais impróprias em que o integrando tem descontinuidade infinita no limite de integração inferior, calculamos

abf(x)𝑑x=limca+cbf(x),dx. (5.654)

Se a descontinuidade for no limite superior, então calculamos

abf(x)𝑑x=limcbacf(x),dx. (5.655)
Exemplo 5.8.5.

Vamos calcular

122x2(x1)2𝑑x (5.656)

Temos

12dx(x1)2𝑑x =limc1+c2dx(x1)2 (5.657)
=limc1+x=c2duu2 (5.658)

onde, usamos a substituição u=x1 e du=dx. Segue que,

12dx(x1)2𝑑x =limc1+[u1]x=c2 (5.659)
=limc1+[1x1]c2 (5.660)
=limc1+[1+1c10+] (5.661)
= (5.662)

No caso do integrando ter descontinuidade infinita em um ponto interno do limite de integração, calculamos

abf(x)𝑑x=acf(x)𝑑x+cbf(x)𝑑x, (5.663)

onde, x=c é o ponto de descontinuidade de f.

Exemplo 5.8.6.

Vamos calcular

03dxx2 (5.664)

Fazemos

03dxx2 =02dxx2+23dxx2 (5.665)
=limc20cdxx2+limc2+c3dxx2 (5.666)
=limc2[ln|x2|]0c+limx2+[ln|x2|]c3 (5.667)
=limc2[ln|c2|+ln|2|]0c+limx2+[ln|1|ln|c2|]c3 (5.668)
=+ (5.669)

no que concluímos que a integral é divergente.

5.8.3 Exercícios resolvidos

ER 5.8.1.

Para quais valores de p a integral

1dxxp (5.670)

é convergente.

Solução 0.

Por definição

1dxxp=limb1bdxxp (5.671)

Para p=1, temos

1dxx =limb1bdxx (5.672)
=limb[ln|x|]1b (5.673)
=limb[ln|b|ln|1|] (5.674)
= (5.675)

Ou seja, para p=1 a integral é divergente. Agora, para p1, temos

1dxxp =limb1bdxxp (5.676)
=limb[x1p1p]1b (5.677)
=limb[b1p1p11p] (5.678)

Para p<1, temos que b1p quando b. Agora, para p>1, temos que b1p0 quando b. Logo, concluímos que a integral é convergente para p>1 e

1dxxp=1p1,p>1. (5.679)
ER 5.8.2.

Calcule

1dx(x1)2 (5.680)
Solução 0.

Notamos que, além do limite de integração infinito, o integrando tem uma descontinuidade infinita em x=1. Logo, calculamos

1dxx1 =limb1bdx(x1)2 (5.681)
=limb[lima1+abdx(x1)2] (5.682)
=limb[lima1+[11x]ab] (5.683)
=limblima1+(11b011a) (5.684)
=+ (5.685)

5.8.4 Exercícios

E. 5.8.1.

Calcule

  1. a)

    1dxx3

  2. b)

    12dxx3

Resposta 0.

a) 12; b) 2

E. 5.8.2.

Calcule

  1. a)

    xdxx2+1

  2. b)

    ex1+e2x𝑑x

Resposta 0.

a) ; b) π2

E. 5.8.3.

Calcule

  1. 1.

    01dxx2

  2. 2.

    12dxx2𝑑x

Resposta 0.

a) ; b)

E. 5.8.4.

Calcule

22dxx2 (5.686)
Resposta 0.

E. 5.8.5.

Calcule

dxx3 (5.687)
Resposta 0.

divergente


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Pedro H A Konzen
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